
Uma ação conjunta envolvendo movimentos sociais e órgãos
públicos despejará, em uma área de 67 hectares da reserva de Quedas do Iguaçu,
no Paraná, cerca de quatro toneladas de sementes da palmeira-juçara, árvore
ameaçada de extinção, popularmente conhecida como Açaí da Mata Atlântica.
As sementes serão despejadas a partir de um helicóptero da
Polícia Rodoviária Federal (PRF) na reserva legal da comunidade de reforma
agrária Dom Tomás Balduíno e nas encostas do Rio Iguaçu – área de alagado que
se estabeleceu após a construção da represa da Usina de Salto Osório.
Atualmente mais de 2,5 mil famílias vivem na região que, no
passado, foi degradada após períodos de uso por uma empresa para monocultivo de
pinus e eucalipto. As sementes que serão despejadas têm “alto potencial de
germinação” quando disseminadas em seu habitat natural, informou o Ministério
da Justiça (MJ), em nota.
Extinção
A extração ilegal do palmito da palmeira-juçara colocou a
espécia em risco de extinção, já que ela não rebrota. O fruto desta palmeira,
no entanto, que tem casca lisa, cor violáceo-escura e uma polpa fina envolvendo
a semente, semelhante ao açaí da Amazônia, pode ser comercializado.
Segundo o MJ, a produção e beneficiamento da polpa na
comunidade Dom Tomás Balduíno chega a três toneladas de polpa por ano e tem
potencial para aumentar: “Quando as famílias tiverem os equipamentos de
despolpamento e de armazenamento necessários, o potencial de produção será de
cinco a seis toneladas”.
“Rica em antioxidantes, a polpa representa um importante
alimento para as comunidades tradicionais, mas também é utilizada na produção
de sorvete, farinha, doces e sucos”, acrescentou.
De acordo com o ministério, a iniciativa, implementada
durante a Semana Mundial do Meio Ambiente, contou com a participação do
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Instituto Nacional
de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Itaipu Binacional, Agroecology Fund
(AEF), Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), a Prefeitura de Quedas do
Iguaçu, a Câmara Municipal da cidade e o Instituto Água e Terra (IAT).
Fonte: Agência Brasil
Foto: Tomaz
Silva/Agência Brasil